segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

GUERRA DO PARAGUAI - 1868 A ESTRADA DO CHACO

GUERRA DO PARAGUAI  - 1868  A ESTRADA DO CHACO

Após a queda de Humaitá, o comando Aliado, prosseguiu pela margem esquerda do rio Paraguai até encontrar o inimigo fortificado na margem direita do Piquiciri. Foram realizados vários reconhecimentos em força, para tentar prosseguir na direção da capital do país. O terreno era muito pantanoso, entrecortado por várias lagoas, e foi constatada a impossibilidade de tentar ataques frontais.
O Marquês de Caxias decidiu, então, desbordar a forte linha defensiva, através de uma estrada pelo Chaco, na margem direita do rio Paraguai. Para isto desiguinou um Corpo de Exército para atravessar o rio e construir a estrada, reforçado por toda a Engenharia disponível.
A estrada foi construída em 23 dias, entre 04 e 27 de Outubro de 1868. Inicialmente, foram abertos 8600 metros  de picadas, assoalhada por Estivas com  18000 troncos de palmeiras que foram abatidas. Houve necessidade de construir quatro pontes (duas de 40 metros e duas de 20 metros). A estrada teve uma extensão de 10.714 metros.
Para tal serviço foram empregadas várias organizações militares do Corpo de Exército e 1407 elementos do Batalhão de Engenharia, 327 do Corpo de Pontoneiros, reforçados por uma companhia de Sapadores e uma companhia de Faxineiros.
Tal estrada possibilitou a passagem do Exército, que desbordou Piquiciri e novamente atravessou o Rio Paraguai, dando início à Dezembrada, com as batalhas de Itororó, Avaí e Lomas Valentinas com a destruição quase completa do Exército de Lopez e conquista da capital  em Janeiro do ano seguinte Assunção. Caxias retornou ao Rio e Don Pedro II nomeou seu genro Conde D’Eu para o comando dos aliados até o fim da Guerra em 1° de Março do ano seguinte

Fonte de consulta: trabalhos do Cel. R1 Claudio Moreira Bento
F.V.Souto Cel


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

OS BRUMMER - Mercenários Prussianos

                             OS   BRUMMER     - Mercenários Prussianos
O início das ameaças de guerra no Rio da Prata (Contra  ROSAS -1851/1852), coincidiram com o fim da primeira guerra do Schleswig,Holstein,  que deixou um grande contingente do exército prussiano disponível
Em Set de 1850, o gabinete do marquês de Olinda, temendo a guerra com a Argentina, resolveu contratar soldados de Infantaria, Artilharia e Engenharia na Alemanha. Enviou o Coronel Sebastião do Rego Barros que conseguiu embarcar para o Brasil 12 companhias com cerca de 1800 homens, que começaram a chegar no Rio de Janeiro em Junho de 1851. Foi constatado que havia muita rivalidade entre os Oficiais, e que muitos soldados eram recrutas sem conhecimentos militares e vários eram dados à bebida. Tais fatos fizeram que quase a metade não fosse empregada em combate.
Os mercenários constituíram  uma fração de Infantaria que eram armados com o FUZIL DREYSE,  retro carga e com alcance bem superior aos do Exército Brasileiro, uma bateria de Artilharia e duas companhias de Engenharia equipadas  com  as    Pontes  Biragob(primeiro modelo a ser adquirido pelo Ex Imperial)
Na batalha de Monte Caseiros, oitenta infantes foram distribuídos pela  Infantaria Imperial, que   atuaram contra a Art de Rosas, pondo-a em fuga e por onde passou a cavalaria comandada pelo ten. Cel. Osório, que rapidamente  atingiu o casario. Este fato constituiu uma surpresa tática que contribuiu para a Vitória, levando Rosas a retrair e refugiar-se em um navio britânico (
Estes mercenários, quase todos, permaneceram no Brasil, e como eram  elementos de nível intelectual bem superior aos colonos, sobressaíram-se, ocupando funções de destaque, inclusive como deputados e jornalistas. Alguns BRUMMER e seus descendentes atuaram na Guerra do Paraguay inclusive com uma Bateria Alemã integrante do Regimento Mallet.
Os pontoneiros do Ex Brasileiro que atuaram na estrada do Chaco, na margem direita do rio Paraguay,  foram instruidos , por oficiais ou descendentes de Brummers
Fonte de consulta  – Trabalhos do Cel R1 Claudio Moreira Bento

Anexos fotos  da Infantaria e engenharia Brummer.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

PCB – TENTATIVAS DE COMUNIZAR O BRASIL
a)     Fundação em 25 de Março de 1922, motivado pelo triunfo da Revolução Comunista na Rússia em 1917. Iniciou com cerca de 1000 militantes.

b)    PRIMEIRA TENTATIVA DE DE TOMADA D0 PODER.
Sovietização pelas Armas. Luiz Carlos Prestes, ex capitão de Engenharia do Exército, celebrizou-se em 1924 com a coluna Prestes que andou por quase todo o Brasil e quando derrotado internou-as na Bolívia e depois em Buenos Aires. Neste período de exílio, leu muito e tornou-se Comunista. Como a Rússia tinha planejamento de sovietizar o Mundo todo, atraia líderes para especialização em Moscou. Foi o que acontece com Prestes em 1935. Voltou de lá acompanhado de Olga Benário, judia alemã que se formara no Exército soviético e que viera para orientar Prestes no preparo da Revolução comunista através dos quartéis. Teve início em Natal 22 Nov 1935, no dia seguinte ocorreram em Recife e a 27 no Rio de Janeiro O presidente Getulio Vargas decretou estado de Sítio e derrotou o movimento com saldo de 33 militares mortos e mais ou menos 700 civis Na praia Vermelha existe um monumento onde a 27 Nov da cada ano são homenageados os mortos da Intentona.


c)     SEGUNDA TENTATIVA DE TOMADA DO PODER PELAS ARMAS _1964
   Governo Goulart. Em 1960 era Vice Presidente da República, no governo Janio Quadros e estava na China quando Janio demitiu-se. Houve uma crise no governo que não admitia Jango na presidência. A solução achada pelo Congresso, foi alterar a Constituição, passando do regime presidencialista para o parlamentarista. Resolvido este impasse, Goulart assumiu a sete de Setembro de 1961, permanecendo até 26 de Junho de 1962. Houve vários problemas com greves criadas pelo próprio governo; falta de alimentos; reatamento das relações com Cuba e Russia. Realizou um governo contraditório, alianças com o movimento sindical; pregava reformas de Base na lei ou na marra. Em Fevereiro de 1962 o PC do B, desligou-se do PCB e passou a defender a luta, Armada, apoiado pela CGT, UNE, Ligas Camponesas, Partido Operário Revolucionário ( PORT), AP, POLOP e Grupo dos Onze. Em 30 Março de 1963, Luis Carlos Preste disse:” Gostaria  que o Brasil fosse o primeiro país sul americano a seguir o exemplo de Cuba”.  Grupos armados invadem propriedades rurais. com a conivência da Igreja Católica Esquerdista. Em 12 de Setembro de 1963, apoiados pelo POLOP, seiscentos militares (Sgtos e Cabos) da Marinha e da FAB, rebelaram-se em Brasilia contra a Decisão do STFederal, que vetava a elegibilidade de militares da Ativa.Foram dominados pelo Exército  com o passivo de dois mortos. Tal estado de coisas foi se agravando em conseqüência dos seguintes eventos:

·       1964
- 3 de março impedida a aula inaugural na Universidade da Bahia Salvador.
- 13 de março comicio da central do Brasil.
- 19 de março marcha da família com Deus pela Liberdade
- 23 de março greve dos marinheiros e fuzileiros
- 26 de março Mariguela declara: “o partido precisa se prepara pois esta em via de assumir o governo”.
- 30 de março assembléia no automóvel clube, com a presença de 4000 sargentos, discurso de Goulart, incitando a indisciplina.
- 31 de março comandante da Quarta RM inicia a marcha em direção ao Rio de Janeiro.
O exercito, sem derramamento de sangue, partiu ao encontro dos anseios do povo e livrou a nação da garra dos comunistas, que foram derrotados.

d)    TERCEIRA TENTATIVA DE TOMADA DE PODER PELAS ARMAS
Tática: aproveitar as crises – defender a paz e angariar o apoio da população.

Guerrilha do Araguaia- 1972 / 1974
Cisão do PCB, surge o PC do B que pregava a luta armada rural.
Chefes Mariguela, João Amazonas, Mauricio Grabois Angel Arroio, optaram pela luta armada no campo.
1962- Pleno Governo de Jango, enviados dezenas de guerrilheiros para a Academia de Pequim e para Cuba. Foi selecionada “a grande área”. Em 1966 começaram na região do Araguaia, os elementos especializados na China e em Cuba. Organizaram três comandos, A e B, localizadas ao sul da Transamazônica e comando C mais ao Sul perto da Serra das Andorinhas. Que foram descobertas por declarações de um desertor que fugira da região para Fortaleza.
Inicio da operação SUCURI que visava saber onde estavam os guerrilheiros.
Em 1973/1974 ocorreram combates e a exterminação da guerrilha. Nesta oportunidade ocorreu a prisão de Genuino.
Modo de atuação – pequenos grupos de + ou – 8 militares formados em cursos de operações especiais e guerra na selva.
Pequeno Resumo Cronológico
·       1952- Marighela na Academia Militar de Pequim.
·       1956- Krushev relata as atrocidades de Stalin, dando o primeiro passo para a derrocada do comunismo.
·       1960- Osvaldão na Checoslovaquia, Suécia e Cuba.
·       1962- PC do B – Conferência Extraordinária em fevereiro, expressa a decisão de tomar o poder pelas armas. Note-se, em pleno Governo João Goulart.
·       1964- Fevereiro- André Grabóis, Divino, Calatroni, Demerval e outros, em Cuba. Dez militantes do PC do B na China, em treinamento intensivo.
·       1966- Atentado no Aeroporto dos  Guararapes (Julho).

# Guerrilheiros:
Guerrilheiros chegando ao Araguaia, após cursos no exterior (Cuba).
·       1968- AI – 5 para conter a escalada de atentados.
·       1969- Junta Militar (morte do Presidente Costa e Silva).

# Criação:
Criação da OBAN e dos DOI/CODI.
# Morte:
Morte de Marighela.
      # Deserção:
Deserção de Lamarca.
·       1970- Combate ao Molipo / “Grupo da Ilha”.

# Manobras:
Manobras Marabá 70 (ou Operação Carajás).
·       1971- Assassinato do Major Toja Martinez (04/abr)
# Massacre:
Massacre do Tenente Alberto Mendes Junior pelo bando de Lamarca
Pedro:
Pedro Albuquerque Neto e Tereza Cristina desertam e são presos (outubro) – fator preponderante na descoberta da “grande área”.
# Morte:
Morte de Lamarca (setembro), em Grotas de Macaúbas / Oliveiros do Brejinho, Bahia.
·       1972- Mortos os membros  da cúpula do Comitê Central / PC do B Carlos Danielli, Lincoln Oest, Lincoln Bicalho, Luiz Gulhardini, no RJ e SP.  (entre dezembro/72 março / 73)- fato altamente notável para a derrota da guerrilha.
# Descoberto:
Descoberto o local da guerrilha (12 de abril).
# Prisão:
Prisão de Genoino (18 de abril)- revelado esquema de guerrilha e a composição.
# Assassinato:
Assassinato de João Pereira, morador de apenas 17 anos de idade (maio).
# Morte:
Morte do Cabo Odilo Cruz da Rosa (08 de maio). Pelo grupo de Osvaldão.
# Operação:
Operação Sucuri (jul).
·       1973- destruição de uma ponte e assalto ao Destacamento da PM de São Domingos (setembro / outubro): pelo grupamento militar de Andre Grabois.

# Combate:
Combate com o grupo militar da guerrilha (13 / outubro).
Combate com destacamento A; incidente com a guerrilheira “Sonia” (Lucia Maria de Souza) (24 / outubro).
Combate decisivo: dia 25 / dezembro, com o grupamento A e a comissão militar da guerrilha.
# Morte:
Morte de Mauricio Grabois e outros.
·       1974- Fuga da área de Angelo Arroyo e Micheas Gomes, abandonando os companheiros (04 / jan).

# Morte do:
Morte de Osvaldão (08/fevereiro).
# Últimos:
Últimos combates (até junho).
·       1975- Comunicado Oficial da vitoria ao Congresso Nacional (15 / março).
·       1976- comunicado Interno do PC do B, reconhecendo a derrota, mas declarando que outras frentes seriam criadas.

 Mortes, desertores e desaparecidos na Guerrilha

Mortos
Desertores, desaparecidos, paradeiro desconhecido.
Total
Forças regulares
15
01
16***
Guerrilheiros
59*
28**
87

·       *Justiçados (Mundico, Paulo)
·       *Suicidaram-se 2 (Lourival, Juarez)
·       **20 desertores, presos.
·       *** Segundo Curió. Seguramente, no mínimo, 7 (2 Sargentos, 1 cabo, 4 Soldados, com registros dos combates).


Fontes de consulta:
A Verdade Sufocada, autor Carlos Alberto Brilhante Ustra Ed. SER- SEPS 705/905 Ed Mont Blanc 70390-055 Brasília.

A Guerrilha no Araguaia- Tenente Coronel reformado Licio Maciel- 2 ed, Ed. Schoba, 2011.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

        REVOLUÇÂO MARAGATA
1)    Idéias Republicanas

Os militares que regressaram do Paraguai, vieram envolvidos pelas idéias Republicanas exportadas pelos Estados Unidos e vivenciadas por quase todas as Republicas  Sul Americanas , com  diferentes doses de Autoritarismos. O Brasil era a única nação com regime Imperial.
Em 1874 – quatro anos após o término da Guerra, alguns grupos em Porto Alegre, já se reuniam debatendo idéias republicanas como conseqüência da debilidade  política do Império assolado pela questão Cristie, pela questão religiosa (contra os Bispos) e pela questão Abolicionista.
Em 1881 foi fundado em São Borja o Clube Republicano, tendo como vice presidente Aparicio Mariense da Silva, vereador, que propôs uma Moção Plebiscitária , aprovada, que propunha dirigir-se  a Assembléia  do Estado e a Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro, propondo um Plebiscito, de âmbito nacional e alertando sobre o perigo ,com a inevitável morte de  Dom Pedro  II, e a instalação do Terceiro  Império com a princesa Isabel,educada por religiosos e casada com um príncipe Francês (conde D’Eu). Tal proposta se espalhou por todo o Brasil, tendo como consequência  uma reação do governo  e ordem de prisão aos signatários.  Aparicio Mariense foi obrigado a exilar-se na ARGENTINA.
Após várias questões vividas pela política do Império, surgiu a questão Militar, onde o partido dominante exigia o emprego do Exército nas atividades de “Capitão do Mato”, na procura e captura de escravos fugitivos.
Tal política, revoltou os militares, além de punições imposta a oficiais no Rio Grande do Sul, então sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca que não concordou e foi exonerado.

2)    Proclamação da República e Queda do Império
Com a exoneração, Deodoro voltou para o Rio de Janeiro, onde foi eleito presidente do Clube Militar. Continuou o desentendimento com o Partido no poder, após vários incidentes, Deodoro foi preso o que somado à crise existente, levou à Proclamação da República, à destituição do Imperador e ao Exílio da família Real.
3)    Política no Rio Grande do Sul

Na época a política no RS era dirigida pelo partido Liberal, chefiado por Gaspar Silveira Martins que, conforme os opositores “mandavam e faziam chover”, e que como ministro da Fazenda do Império, havia isentado  o comércio entre a República Oriental do Uruguai e o Brasil, de quaisquer taxas. Após a proclamação da República apoiado por Deodoro, assumiu o governo do RS  Julio de Castilhos, advogado, natural de Cruz Alta e formado em São Paulo, mas com pequeno apoio político. Era Positivista (doutrina professada por Augusto Conte). Pregava a tese de que a Sociedade precisava ser dirigida pelas mesmas  leis e métodos da Matemática e Biologia. Defendia a ditadura científica, na qual o poder devia decorrer do Saber e não do Voto. Inspirado no Positivismo, Castilhos advogava a instalação de um governo Forte, com pouca atuação dos deputados, que se reuniam somente dois meses no ano. Era o Autoritarismo, e assim governou perseguindo os adversários liberais e unindo os brasileiros e uruguaios prejudicados pela crise econômica. Um de seus primeiros atos foi a revogação da isenção de não cobrança de taxas no comércio de fronteira.

4)    Saída de Deodoro da Presidência

Com o pedido de demissão de Deodoro, houve a queda de Julio de Castilhos que em face de perseguição política teve de exilar-se na Argentina em Monte Caseros, juntamente com vários republicanos, inclusive o Ten Cel Manoel Vargas. Algum tempo depois assume a presidência da República o Marechal Floriano Peixoto, que reiniciou o apoio aos exilados e incentivou o retorno.

5)    Volta dos republicanos e organização das forças

Com a volta dos exilados por São Borja, Manoel Vargas iniciou a organização da 5ª Brigada com concentração na cabeceira do Butui, na estrada que vai para Santiago. Seu cunhado Aparicio Mariense da Silva, forte fazendeiro, compro u  uma Bateria de Canhões La Hitte, possivelmente utilizados na Guerra do Paraguai. Com este material organizou a Artilharia da Coluna. Simultaneamente foi organizada a 5ª Brigada em São Luiz e Santo Ângelo sob o comando do irmão do senador Pinheiro Machado. Estas duas Brigadas constituíram a Divisão do Norte sob o comando do veterano da Guerra do Paraguai Brigadeiro Francisco Rodrigues de Lima.

6)    Nome dos contendores

Os republicanos, por usarem no chapéu uma parte vermelha como uma crista eram chamados de Pica Pau e usavam obrigatoriamente lenços Brancos
Os Liberais, por terem recebido um reforço uruguaio, proveniente de um vila onde predominavam imigrantes espanhóis de uma região da Espanha chamada Maragatéia, passaram a ser alcunhados de Maragatos  e usavam lenços vermelhos.

7)      Combate de INHANDUI, Alegrete

Com o inicio das operações, aos revoltosos Liberais, juntou-se um contingente elevado de uruguaios chefiados por Gumercindo Saraiva. A Divisão do Norte deslocou-se para Alegrete, e nas margens do Ibirapuitã, travou-se o combate, onde os republicanos, embora com inferioridade numérica, derrotaram os Maragatos que se espalharam por todo o Rio Grande. Segundo CARLOS REBERVEL, a revolução teve a duração de 31 meses e fez nada menos que dez mil vítimas. Dessas mais de 1000 morreram por Degolamento de 700 gargantas seccionadas em Bagé região de Rio Preto, por Adão Latorre,  inicialmente , sozinho  onde uma fração das tropas ,republicanas, rendeu-se para salvar vidas.O segundo fato ocorreu em Palmeiras, na região de  Boi Preto (a 5 de Abril de 1894), quando 400 federalistas  caíram prisioneiros e foram mortos por degola. Nesta  época o governo do estado criou a Brigada Militar .

8)-    Prosseguimento  da ação  em Santa Catarina e Paraná

Aos Maragatos após o combate de Inhandui, seguiram para o Norte , sempre perseguidos pelos Pica Pau. Houve vários encontros no vale do Rio do Peixe (onde mais tarde foi construída a ferrovia São Paulo/Rio Grande). Ficou célebre o cerco da Lapa, quando republicanos padeceram com a falta de alimentos.

9)        Fim da campanha
Os revoltosos retornaram ao Rio Grande, e próximo a Cruz Alta, um grupo foi degolado pelos Republicanos. A fase final ocorreu no combate de CAROVI, perto de Santiago, com a presença de dois batalhões da Brigada Militar, armados com fuzis de repetição, recém importados da Austria. Os Maragatos estavam entrincheirados por trás de uma cerca de pedra, e seu comandante montado em um cavalo tordilho e com um pala branco, se deslocava ao longo da coluna.  Um comandante brigadiano reconheceu Gumercindo e determinou que toda a tropa apontasse para o chefe só atirasse a comando. Foi o que aconteceu, Gumercindo foi abatido. A tropa rebelde com a morte do chefe se dispersou, indo parte para a Argentina e parte para o Uruguai. Mais tarde o corpo de chefe foi encontrado, e o comando republicano mandou cortar a cabeça do chefe Maragato e a enviou para JULIO DE Castlhos em um caixa de sapatos



Bibliografia:
JUREMIR MACHADO DA SILVA  - Correio do Povo
LUIZ CLAUDIO KNIERIM – Revolução Federalista de 1893

CARLOS REVERBEL – Maragatos e Pica-paus
        REVOLUÇÂO MARAGATA
1)    Idéias Republicanas

Os militares que regressaram do Paraguai, vieram envolvidos pelas idéias Republicanas exportadas pelos Estados Unidos e vivenciadas por quase todas as Republicas  Sul Americanas , com  diferentes doses de Autoritarismos. O Brasil era a única nação com regime Imperial.
Em 1874 – quatro anos após o término da Guerra, alguns grupos em Porto Alegre, já se reuniam debatendo idéias republicanas como conseqüência da debilidade  política do Império assolado pela questão Cristie, pela questão religiosa (contra os Bispos) e pela questão Abolicionista.
Em 1881 foi fundado em São Borja o Clube Republicano, tendo como vice presidente Aparicio Mariense da Silva, vereador, que propôs uma Moção Plebiscitária , aprovada, que propunha dirigir-se  a Assembléia  do Estado e a Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro, propondo um Plebiscito, de âmbito nacional e alertando sobre o perigo ,com a inevitável morte de  Dom Pedro  II, e a instalação do Terceiro  Império com a princesa Isabel,educada por religiosos e casada com um príncipe Francês (conde D’Eu). Tal proposta se espalhou por todo o Brasil, tendo como consequência  uma reação do governo  e ordem de prisão aos signatários.  Aparicio Mariense foi obrigado a exilar-se na ARGENTINA.
Após várias questões vividas pela política do Império, surgiu a questão Militar, onde o partido dominante exigia o emprego do Exército nas atividades de “Capitão do Mato”, na procura e captura de escravos fugitivos.
Tal política, revoltou os militares, além de punições imposta a oficiais no Rio Grande do Sul, então sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca que não concordou e foi exonerado.

2)    Proclamação da República e Queda do Império
Com a exoneração, Deodoro voltou para o Rio de Janeiro, onde foi eleito presidente do Clube Militar. Continuou o desentendimento com o Partido no poder, após vários incidentes, Deodoro foi preso o que somado à crise existente, levou à Proclamação da República, à destituição do Imperador e ao Exílio da família Real.
3)    Política no Rio Grande do Sul

Na época a política no RS era dirigida pelo partido Liberal, chefiado por Gaspar Silveira Martins que, conforme os opositores “mandavam e faziam chover”, e que como ministro da Fazenda do Império, havia isentado  o comércio entre a República Oriental do Uruguai e o Brasil, de quaisquer taxas. Após a proclamação da República apoiado por Deodoro, assumiu o governo do RS  Julio de Castilhos, advogado, natural de Cruz Alta e formado em São Paulo, mas com pequeno apoio político. Era Positivista (doutrina professada por Augusto Conte). Pregava a tese de que a Sociedade precisava ser dirigida pelas mesmas  leis e métodos da Matemática e Biologia. Defendia a ditadura científica, na qual o poder devia decorrer do Saber e não do Voto. Inspirado no Positivismo, Castilhos advogava a instalação de um governo Forte, com pouca atuação dos deputados, que se reuniam somente dois meses no ano. Era o Autoritarismo, e assim governou perseguindo os adversários liberais e unindo os brasileiros e uruguaios prejudicados pela crise econômica. Um de seus primeiros atos foi a revogação da isenção de não cobrança de taxas no comércio de fronteira.

4)    Saída de Deodoro da Presidência

Com o pedido de demissão de Deodoro, houve a queda de Julio de Castilhos que em face de perseguição política teve de exilar-se na Argentina em Monte Caseros, juntamente com vários republicanos, inclusive o Ten Cel Manoel Vargas. Algum tempo depois assume a presidência da República o Marechal Floriano Peixoto, que reiniciou o apoio aos exilados e incentivou o retorno.

5)    Volta dos republicanos e organização das forças

Com a volta dos exilados por São Borja, Manoel Vargas iniciou a organização da 5ª Brigada com concentração na cabeceira do Butui, na estrada que vai para Santiago. Seu cunhado Aparicio Mariense da Silva, forte fazendeiro, compro u  uma Bateria de Canhões La Hitte, possivelmente utilizados na Guerra do Paraguai. Com este material organizou a Artilharia da Coluna. Simultaneamente foi organizada a 5ª Brigada em São Luiz e Santo Ângelo sob o comando do irmão do senador Pinheiro Machado. Estas duas Brigadas constituíram a Divisão do Norte sob o comando do veterano da Guerra do Paraguai Brigadeiro Francisco Rodrigues de Lima.

6)    Nome dos contendores

Os republicanos, por usarem no chapéu uma parte vermelha como uma crista eram chamados de Pica Pau e usavam obrigatoriamente lenços Brancos
Os Liberais, por terem recebido um reforço uruguaio, proveniente de um vila onde predominavam imigrantes espanhóis de uma região da Espanha chamada Maragatéia, passaram a ser alcunhados de Maragatos  e usavam lenços vermelhos.

7)      Combate de INHANDUI, Alegrete

Com o inicio das operações, aos revoltosos Liberais, juntou-se um contingente elevado de uruguaios chefiados por Gumercindo Saraiva. A Divisão do Norte deslocou-se para Alegrete, e nas margens do Ibirapuitã, travou-se o combate, onde os republicanos, embora com inferioridade numérica, derrotaram os Maragatos que se espalharam por todo o Rio Grande. Segundo CARLOS REBERVEL, a revolução teve a duração de 31 meses e fez nada menos que dez mil vítimas. Dessas mais de 1000 morreram por Degolamento de 700 gargantas seccionadas em Bagé região de Rio Preto, por Adão Latorre,  inicialmente , sozinho  onde uma fração das tropas ,republicanas, rendeu-se para salvar vidas.O segundo fato ocorreu em Palmeiras, na região de  Boi Preto (a 5 de Abril de 1894), quando 400 federalistas  caíram prisioneiros e foram mortos por degola. Nesta  época o governo do estado criou a Brigada Militar .

8)-    Prosseguimento  da ação  em Santa Catarina e Paraná

Aos Maragatos após o combate de Inhandui, seguiram para o Norte , sempre perseguidos pelos Pica Pau. Houve vários encontros no vale do Rio do Peixe (onde mais tarde foi construída a ferrovia São Paulo/Rio Grande). Ficou célebre o cerco da Lapa, quando republicanos padeceram com a falta de alimentos.

9)        Fim da campanha
Os revoltosos retornaram ao Rio Grande, e próximo a Cruz Alta, um grupo foi degolado pelos Republicanos. A fase final ocorreu no combate de CAROVI, perto de Santiago, com a presença de dois batalhões da Brigada Militar, armados com fuzis de repetição, recém importados da Austria. Os Maragatos estavam entrincheirados por trás de uma cerca de pedra, e seu comandante montado em um cavalo tordilho e com um pala branco, se deslocava ao longo da coluna.  Um comandante brigadiano reconheceu Gumercindo e determinou que toda a tropa apontasse para o chefe só atirasse a comando. Foi o que aconteceu, Gumercindo foi abatido. A tropa rebelde com a morte do chefe se dispersou, indo parte para a Argentina e parte para o Uruguai. Mais tarde o corpo de chefe foi encontrado, e o comando republicano mandou cortar a cabeça do chefe Maragato e a enviou para JULIO DE Castlhos em um caixa de sapatos



Bibliografia:
JUREMIR MACHADO DA SILVA  - Correio do Povo
LUIZ CLAUDIO KNIERIM – Revolução Federalista de 1893

CARLOS REVERBEL – Maragatos e Pica-paus