A ORIGEM DO CAVALO “ CRIOLO” E SEU
DESENVOLVIMENTO NOPRATA.
Fontes
de Consulta:
A
SAGA NOPRATA – Juvencio Saldanha Lemos- Editora SULIANI – A letra e Vida
RAZA
CRIOLLA – Emilio Solanet- 1938 – Los Tallares Graficos dela S. A. – Casa Jacobo
Peuser Ltda – Buenos Aires.
A
finalidade deste trabalho é relatar a origem dos Equinos, trazidos pela Espanha
para a América do Sul, nos primórdios do século
XVI.
1)
ORIGENS DOS EQUINOS NA PENÍNSULA IBÉRICA.
Ainda
no período Medieval, houve uma disputa entre os Visigodos. De um lado AGILA e
de outro RODRIGO, pelo trono de “Las Espanas”. Após vários combates, venceu
Rodrigo No entanto era Chefe de CEUTA (no Marrocos) um tal Julião, partidário
do derrotado Agila que convidou os árabes do
Norte da Africa a passar para a Espanha. Estes, rapidamente cruzaram o estreito
de Gibraltar e em dois anos derrotaram Rodrigo e se apossaram da maior parte do
Pais. Eram chefiados por Tariq Ibn Iyad
que interferiu naquela questão européia
cristã. Fundaram a capital em CORDOBA.
Tal
domínio durou quase oito séculos onde foram fundadas diversas cidades. A
Espanha era constituída por diversos reinos e que só terminou quando a União de
Castela e Aragão expulsou os maometanos no século XII.
Durante
este período o Imperio Otomano, que dominava da Turquia ao Marrocos, introduziu
cavalos das raças Árabe e Bérbere, que constituíram o “Casco” de eqüinos na
Espanha, e depois na América.
2)
TRATADO DE TORDESILHAS
No
final do século XV (1494), os reis católicos, obtiveram do PAPA o tratado
assinado na cidade de Tordesilhas, que dividia o mundo ainda não conhecido em
duas partes separadas por um Meridiano situado a 370 léguas a oeste das Ilhas
de Cabo Verde. O que fosse descoberto a oeste deste meridiano era Espanhol, e o
que restasse a Leste (inclusive a África), pertencia aos portugueses. Embora
tal demarcação fosse imprecisa, pelo atraso dos instrumentos da época, estipulava:
a)
Que ao norte da América do Sul, América Central e atual região do México, era
da Espanha
b)
Que a região Central do continente, cabia a Portugal
c)
Que a parte Sul da América do Sul, novamente a Espanha
3)
VINDA DOS IBÉRICOS
A
parte norte, após a descoberta de Colombo, não houve dificuldades. Os AZTECAS
foram prontamente conquistados.Consta que havia previsões religiosas de que no
futuro seriam invadidos por homens vestidos de PRATA (eram as armaduras) Os
invasores foram tratados como deuses e venerados. O povo ficou muito
impressionado com os cavalos que eles não conheciam.
Também
no PERU, os INCAS, os receberam como deuses e entregaram todo o OURO. Os
cavalos também eram desconhecidos, e causaram grande Espanto.
Na
parte Sul- região do rio da Prata, os habitantes se mostram hostis e ferozes.
Foi exatamente o contrario dos Aztecas e dos Incas. Como os índios viviam da caça,
desenvolveram instrumentos como as Boleadeiras e lanças para abater os cervos e
emas e como armas de guerra. No combate aos espanhóis, primeiro derrubavam os
inimigos e depois os massacravam. Os cavalos apreendidos nos combates eram
utilizados pelos índios e se reproduziam. As raças de índios eram os CHARRUAS,
mais numerosos e ferozes; outras raças também hostis eram os MINUANOS, YARÒS e
GUENOAS. Na atual Republica Oriental do Uruguai, expedições foram enviadas e
tiveram cerca de 500 perdas, o que levou o governo a solicitar o envio de
padres para tentar pelo, evangélio, conquistar os gentios.Vários padres foram
massacrados. Tais reações ocorreram com Juan Dias de Solis em 1508, que subiu o
Paraná e fundou o fortim de Sanctos Espirito. Sebastião Caboto encontrou índios
com artesanatos de prata, que foram apreendidos o que alterou o nome de Rio de
Solis, para Rio de Prata. Em 1536, veio da Espanha uma frota de 10 navios, mais
de 1000 soldados, marinheiros e famílias chefiada por Pedro Mendonça, que
fundou Buenos Aires. Sofreu ataques dos índios que nos primeiros combates
massacraram 150 pessoas, destruíram o forte e se adonaram dos cavalos.
As
ótimas pastagens da Provincia de Buenos Aires, contribuíram para a
multiplicação das cavalhadas, que segundo viajantes, tempos depois, tinham
imenso volume com mais de 1000 animais selvagens.Os campos no sul da província,
tem uma profundidade de terra de 12 metros o que permite que as plantações de
Alfafa sejam perenes. Todas estas condições no decorrer de quatro séculos
desenvolveram animais com caracteres próprios, de valentia, elegância e
rusticidade.
No
final do século XIX e princípios de XX, os platinos que inicialmente fundaram
cidades às margens dos rios Paraná, Uruguai e seus afluentes, resolveram
conquistar a parte Sul situada ao sul da serra de Tandil, mas eram muito
hostilizados pelos índios sempre a cavalo. Seguidas incursões do Exercito
Argentino, descobriram os criatórios dos eqüinos que após 400 anos haviam
sobrevivido das antigas raças Arabes e Bérberes, situadas na pré cordilheira
dos Andes com pastagens muito nutritivas e com mais de metro de altura.
4)
EL HARAS “EL CARDAL” dos irmãos PEDRO E
EMILIO SOLANET na província de Buenos Aires.
Resolveram
localizar os criatórios e os acharam no Vale do Rio SANGUER, na província de
CHUBUT (ao pé da cordilheira) em 1911. Animais de alto gabarito, adaptados ao
clima e às pastagens da região. Procuraram o cacique da raça IEHUELCHE, chamado
Dom Juan Schcqmatr, com criatório excelente, todos com a marca Coracion. Fizeram
negócios, pagos em libras esterlinas, e levaram para Buenos Aires diversos
lotes de animais selecionados para o haras El Cardal. Durante vinte anos
Solanet, selecinou e apurou animais, exportando matrizes e garanhões para o
Chile, Uruguai, Brasil e Paraguai. Esta raça selecionada e apurada por quatro
séculos recebeu o nome de RAZA CRIOLLA.
5)
RAID BUENOS AIRES – NOVA YORK (1925/1928)
Nos
anos de 1925/1928, dois cavalos criolos do haras El Cardal, participaram de um
Raid Buenos Aires a Nova York. Foram guiados pelo professor AIMÉ TSCHIFFELY,
conquistando em sua caminhada por 13 paizes, atingiram um Record de altitude de
5900 metros no passo de “EL CONDOR” entre Potosi e Chaliapata na Bolivia.
Cobriram a distancia de 21.600 km , percorridos em 504 jornadas o que deu uma média de 42,6 km por dia. Os dois animais chamodos de Gato e Mancha
retornaram de navio.
Fernando
Vargas Souto