quarta-feira, 6 de novembro de 2013

        REVOLUÇÂO MARAGATA
1)    Idéias Republicanas

Os militares que regressaram do Paraguai, vieram envolvidos pelas idéias Republicanas exportadas pelos Estados Unidos e vivenciadas por quase todas as Republicas  Sul Americanas , com  diferentes doses de Autoritarismos. O Brasil era a única nação com regime Imperial.
Em 1874 – quatro anos após o término da Guerra, alguns grupos em Porto Alegre, já se reuniam debatendo idéias republicanas como conseqüência da debilidade  política do Império assolado pela questão Cristie, pela questão religiosa (contra os Bispos) e pela questão Abolicionista.
Em 1881 foi fundado em São Borja o Clube Republicano, tendo como vice presidente Aparicio Mariense da Silva, vereador, que propôs uma Moção Plebiscitária , aprovada, que propunha dirigir-se  a Assembléia  do Estado e a Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro, propondo um Plebiscito, de âmbito nacional e alertando sobre o perigo ,com a inevitável morte de  Dom Pedro  II, e a instalação do Terceiro  Império com a princesa Isabel,educada por religiosos e casada com um príncipe Francês (conde D’Eu). Tal proposta se espalhou por todo o Brasil, tendo como consequência  uma reação do governo  e ordem de prisão aos signatários.  Aparicio Mariense foi obrigado a exilar-se na ARGENTINA.
Após várias questões vividas pela política do Império, surgiu a questão Militar, onde o partido dominante exigia o emprego do Exército nas atividades de “Capitão do Mato”, na procura e captura de escravos fugitivos.
Tal política, revoltou os militares, além de punições imposta a oficiais no Rio Grande do Sul, então sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca que não concordou e foi exonerado.

2)    Proclamação da República e Queda do Império
Com a exoneração, Deodoro voltou para o Rio de Janeiro, onde foi eleito presidente do Clube Militar. Continuou o desentendimento com o Partido no poder, após vários incidentes, Deodoro foi preso o que somado à crise existente, levou à Proclamação da República, à destituição do Imperador e ao Exílio da família Real.
3)    Política no Rio Grande do Sul

Na época a política no RS era dirigida pelo partido Liberal, chefiado por Gaspar Silveira Martins que, conforme os opositores “mandavam e faziam chover”, e que como ministro da Fazenda do Império, havia isentado  o comércio entre a República Oriental do Uruguai e o Brasil, de quaisquer taxas. Após a proclamação da República apoiado por Deodoro, assumiu o governo do RS  Julio de Castilhos, advogado, natural de Cruz Alta e formado em São Paulo, mas com pequeno apoio político. Era Positivista (doutrina professada por Augusto Conte). Pregava a tese de que a Sociedade precisava ser dirigida pelas mesmas  leis e métodos da Matemática e Biologia. Defendia a ditadura científica, na qual o poder devia decorrer do Saber e não do Voto. Inspirado no Positivismo, Castilhos advogava a instalação de um governo Forte, com pouca atuação dos deputados, que se reuniam somente dois meses no ano. Era o Autoritarismo, e assim governou perseguindo os adversários liberais e unindo os brasileiros e uruguaios prejudicados pela crise econômica. Um de seus primeiros atos foi a revogação da isenção de não cobrança de taxas no comércio de fronteira.

4)    Saída de Deodoro da Presidência

Com o pedido de demissão de Deodoro, houve a queda de Julio de Castilhos que em face de perseguição política teve de exilar-se na Argentina em Monte Caseros, juntamente com vários republicanos, inclusive o Ten Cel Manoel Vargas. Algum tempo depois assume a presidência da República o Marechal Floriano Peixoto, que reiniciou o apoio aos exilados e incentivou o retorno.

5)    Volta dos republicanos e organização das forças

Com a volta dos exilados por São Borja, Manoel Vargas iniciou a organização da 5ª Brigada com concentração na cabeceira do Butui, na estrada que vai para Santiago. Seu cunhado Aparicio Mariense da Silva, forte fazendeiro, compro u  uma Bateria de Canhões La Hitte, possivelmente utilizados na Guerra do Paraguai. Com este material organizou a Artilharia da Coluna. Simultaneamente foi organizada a 5ª Brigada em São Luiz e Santo Ângelo sob o comando do irmão do senador Pinheiro Machado. Estas duas Brigadas constituíram a Divisão do Norte sob o comando do veterano da Guerra do Paraguai Brigadeiro Francisco Rodrigues de Lima.

6)    Nome dos contendores

Os republicanos, por usarem no chapéu uma parte vermelha como uma crista eram chamados de Pica Pau e usavam obrigatoriamente lenços Brancos
Os Liberais, por terem recebido um reforço uruguaio, proveniente de um vila onde predominavam imigrantes espanhóis de uma região da Espanha chamada Maragatéia, passaram a ser alcunhados de Maragatos  e usavam lenços vermelhos.

7)      Combate de INHANDUI, Alegrete

Com o inicio das operações, aos revoltosos Liberais, juntou-se um contingente elevado de uruguaios chefiados por Gumercindo Saraiva. A Divisão do Norte deslocou-se para Alegrete, e nas margens do Ibirapuitã, travou-se o combate, onde os republicanos, embora com inferioridade numérica, derrotaram os Maragatos que se espalharam por todo o Rio Grande. Segundo CARLOS REBERVEL, a revolução teve a duração de 31 meses e fez nada menos que dez mil vítimas. Dessas mais de 1000 morreram por Degolamento de 700 gargantas seccionadas em Bagé região de Rio Preto, por Adão Latorre,  inicialmente , sozinho  onde uma fração das tropas ,republicanas, rendeu-se para salvar vidas.O segundo fato ocorreu em Palmeiras, na região de  Boi Preto (a 5 de Abril de 1894), quando 400 federalistas  caíram prisioneiros e foram mortos por degola. Nesta  época o governo do estado criou a Brigada Militar .

8)-    Prosseguimento  da ação  em Santa Catarina e Paraná

Aos Maragatos após o combate de Inhandui, seguiram para o Norte , sempre perseguidos pelos Pica Pau. Houve vários encontros no vale do Rio do Peixe (onde mais tarde foi construída a ferrovia São Paulo/Rio Grande). Ficou célebre o cerco da Lapa, quando republicanos padeceram com a falta de alimentos.

9)        Fim da campanha
Os revoltosos retornaram ao Rio Grande, e próximo a Cruz Alta, um grupo foi degolado pelos Republicanos. A fase final ocorreu no combate de CAROVI, perto de Santiago, com a presença de dois batalhões da Brigada Militar, armados com fuzis de repetição, recém importados da Austria. Os Maragatos estavam entrincheirados por trás de uma cerca de pedra, e seu comandante montado em um cavalo tordilho e com um pala branco, se deslocava ao longo da coluna.  Um comandante brigadiano reconheceu Gumercindo e determinou que toda a tropa apontasse para o chefe só atirasse a comando. Foi o que aconteceu, Gumercindo foi abatido. A tropa rebelde com a morte do chefe se dispersou, indo parte para a Argentina e parte para o Uruguai. Mais tarde o corpo de chefe foi encontrado, e o comando republicano mandou cortar a cabeça do chefe Maragato e a enviou para JULIO DE Castlhos em um caixa de sapatos



Bibliografia:
JUREMIR MACHADO DA SILVA  - Correio do Povo
LUIZ CLAUDIO KNIERIM – Revolução Federalista de 1893

CARLOS REVERBEL – Maragatos e Pica-paus
        REVOLUÇÂO MARAGATA
1)    Idéias Republicanas

Os militares que regressaram do Paraguai, vieram envolvidos pelas idéias Republicanas exportadas pelos Estados Unidos e vivenciadas por quase todas as Republicas  Sul Americanas , com  diferentes doses de Autoritarismos. O Brasil era a única nação com regime Imperial.
Em 1874 – quatro anos após o término da Guerra, alguns grupos em Porto Alegre, já se reuniam debatendo idéias republicanas como conseqüência da debilidade  política do Império assolado pela questão Cristie, pela questão religiosa (contra os Bispos) e pela questão Abolicionista.
Em 1881 foi fundado em São Borja o Clube Republicano, tendo como vice presidente Aparicio Mariense da Silva, vereador, que propôs uma Moção Plebiscitária , aprovada, que propunha dirigir-se  a Assembléia  do Estado e a Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro, propondo um Plebiscito, de âmbito nacional e alertando sobre o perigo ,com a inevitável morte de  Dom Pedro  II, e a instalação do Terceiro  Império com a princesa Isabel,educada por religiosos e casada com um príncipe Francês (conde D’Eu). Tal proposta se espalhou por todo o Brasil, tendo como consequência  uma reação do governo  e ordem de prisão aos signatários.  Aparicio Mariense foi obrigado a exilar-se na ARGENTINA.
Após várias questões vividas pela política do Império, surgiu a questão Militar, onde o partido dominante exigia o emprego do Exército nas atividades de “Capitão do Mato”, na procura e captura de escravos fugitivos.
Tal política, revoltou os militares, além de punições imposta a oficiais no Rio Grande do Sul, então sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca que não concordou e foi exonerado.

2)    Proclamação da República e Queda do Império
Com a exoneração, Deodoro voltou para o Rio de Janeiro, onde foi eleito presidente do Clube Militar. Continuou o desentendimento com o Partido no poder, após vários incidentes, Deodoro foi preso o que somado à crise existente, levou à Proclamação da República, à destituição do Imperador e ao Exílio da família Real.
3)    Política no Rio Grande do Sul

Na época a política no RS era dirigida pelo partido Liberal, chefiado por Gaspar Silveira Martins que, conforme os opositores “mandavam e faziam chover”, e que como ministro da Fazenda do Império, havia isentado  o comércio entre a República Oriental do Uruguai e o Brasil, de quaisquer taxas. Após a proclamação da República apoiado por Deodoro, assumiu o governo do RS  Julio de Castilhos, advogado, natural de Cruz Alta e formado em São Paulo, mas com pequeno apoio político. Era Positivista (doutrina professada por Augusto Conte). Pregava a tese de que a Sociedade precisava ser dirigida pelas mesmas  leis e métodos da Matemática e Biologia. Defendia a ditadura científica, na qual o poder devia decorrer do Saber e não do Voto. Inspirado no Positivismo, Castilhos advogava a instalação de um governo Forte, com pouca atuação dos deputados, que se reuniam somente dois meses no ano. Era o Autoritarismo, e assim governou perseguindo os adversários liberais e unindo os brasileiros e uruguaios prejudicados pela crise econômica. Um de seus primeiros atos foi a revogação da isenção de não cobrança de taxas no comércio de fronteira.

4)    Saída de Deodoro da Presidência

Com o pedido de demissão de Deodoro, houve a queda de Julio de Castilhos que em face de perseguição política teve de exilar-se na Argentina em Monte Caseros, juntamente com vários republicanos, inclusive o Ten Cel Manoel Vargas. Algum tempo depois assume a presidência da República o Marechal Floriano Peixoto, que reiniciou o apoio aos exilados e incentivou o retorno.

5)    Volta dos republicanos e organização das forças

Com a volta dos exilados por São Borja, Manoel Vargas iniciou a organização da 5ª Brigada com concentração na cabeceira do Butui, na estrada que vai para Santiago. Seu cunhado Aparicio Mariense da Silva, forte fazendeiro, compro u  uma Bateria de Canhões La Hitte, possivelmente utilizados na Guerra do Paraguai. Com este material organizou a Artilharia da Coluna. Simultaneamente foi organizada a 5ª Brigada em São Luiz e Santo Ângelo sob o comando do irmão do senador Pinheiro Machado. Estas duas Brigadas constituíram a Divisão do Norte sob o comando do veterano da Guerra do Paraguai Brigadeiro Francisco Rodrigues de Lima.

6)    Nome dos contendores

Os republicanos, por usarem no chapéu uma parte vermelha como uma crista eram chamados de Pica Pau e usavam obrigatoriamente lenços Brancos
Os Liberais, por terem recebido um reforço uruguaio, proveniente de um vila onde predominavam imigrantes espanhóis de uma região da Espanha chamada Maragatéia, passaram a ser alcunhados de Maragatos  e usavam lenços vermelhos.

7)      Combate de INHANDUI, Alegrete

Com o inicio das operações, aos revoltosos Liberais, juntou-se um contingente elevado de uruguaios chefiados por Gumercindo Saraiva. A Divisão do Norte deslocou-se para Alegrete, e nas margens do Ibirapuitã, travou-se o combate, onde os republicanos, embora com inferioridade numérica, derrotaram os Maragatos que se espalharam por todo o Rio Grande. Segundo CARLOS REBERVEL, a revolução teve a duração de 31 meses e fez nada menos que dez mil vítimas. Dessas mais de 1000 morreram por Degolamento de 700 gargantas seccionadas em Bagé região de Rio Preto, por Adão Latorre,  inicialmente , sozinho  onde uma fração das tropas ,republicanas, rendeu-se para salvar vidas.O segundo fato ocorreu em Palmeiras, na região de  Boi Preto (a 5 de Abril de 1894), quando 400 federalistas  caíram prisioneiros e foram mortos por degola. Nesta  época o governo do estado criou a Brigada Militar .

8)-    Prosseguimento  da ação  em Santa Catarina e Paraná

Aos Maragatos após o combate de Inhandui, seguiram para o Norte , sempre perseguidos pelos Pica Pau. Houve vários encontros no vale do Rio do Peixe (onde mais tarde foi construída a ferrovia São Paulo/Rio Grande). Ficou célebre o cerco da Lapa, quando republicanos padeceram com a falta de alimentos.

9)        Fim da campanha
Os revoltosos retornaram ao Rio Grande, e próximo a Cruz Alta, um grupo foi degolado pelos Republicanos. A fase final ocorreu no combate de CAROVI, perto de Santiago, com a presença de dois batalhões da Brigada Militar, armados com fuzis de repetição, recém importados da Austria. Os Maragatos estavam entrincheirados por trás de uma cerca de pedra, e seu comandante montado em um cavalo tordilho e com um pala branco, se deslocava ao longo da coluna.  Um comandante brigadiano reconheceu Gumercindo e determinou que toda a tropa apontasse para o chefe só atirasse a comando. Foi o que aconteceu, Gumercindo foi abatido. A tropa rebelde com a morte do chefe se dispersou, indo parte para a Argentina e parte para o Uruguai. Mais tarde o corpo de chefe foi encontrado, e o comando republicano mandou cortar a cabeça do chefe Maragato e a enviou para JULIO DE Castlhos em um caixa de sapatos



Bibliografia:
JUREMIR MACHADO DA SILVA  - Correio do Povo
LUIZ CLAUDIO KNIERIM – Revolução Federalista de 1893

CARLOS REVERBEL – Maragatos e Pica-paus