quarta-feira, 15 de maio de 2013

Historia da Região de Maçambará


Historia da Região de Maçambará
No século XVI a pedido do Rei da Espanha vieram para a America do Sul os primeiros Jesuítas que se instalaram ao longo do Rio Paraná / Paraguai indo até Assunção. Foram criadas reduções onde os Índios Guaranis eram aldeiados e instruídos sobre religião.
No século seguinte, com a invasão do nordeste pelos Holandeses, e domínio do mar, foram muito reduzidas as embarcações que traziam escravos da África. A necessidade de mão de obra aumentava. Resolveram os paulistas (chamados de bandeirantes, por seguirem sempre com bandeiras), procuravam novos escravos. Desceram inicialmente o rio Tietê e foram atacar as reduções Jesuítas da margem direita do Paraná, região de Guaira. Havia facilidade e sem reação, milhares de índios eram trazidos. Todos com coleiras de couro e presos por cordas também de couro.
Tal assalto fez com que o restante dos Guaranis migrasse para o sul estabelecendo-se na atual província Argentina de Missiones e no território de Tapes atual Rio Grande do Sul; de Palmeiras das Missões até a margem direita do Ibicui. Esses eram os povos primitivos ocupantes e donos da Fronteira Oeste.
No idioma Guarani a palavra Itaqui pode ser traduzida como “pedra macia”. Os primeiros indícios de sua civilização ocorreram lá pelo ano de 1700. O atual território de Itaqui fazia parte de uma redução Jesuítica pertencente às Missões Ocidentais do Uruguai, denominada LACRUZ e situada na margem direita do Rio Uruguai.
Naquela época a Província do Rio Grande de São Pedro não existia, pois somente em 1737 o Brigadeiro Silva Pais se fez presente na Barra da lagoa dos Patos fundando a cidade de Rio Grande auxiliado por Cristovam Pereira Abreu, tropeiro que já atuava na região.
Durante esse domínio, para alimentar os Guaranis a redução operava em três grandes fazendas no atual município de Maçambara denominadas: Santo Cristo, Bororé e São Donato. Após a Guerra guaranítica 1752 e posterior extinção da ordem jesuítica, a redução de instalado um governo militar na região que para manter o povoamento iniciou a distribuição de SESMARIAS doando-se na quase totalidade a ex-militares que auxiliavam na defesa desses territórios recém conquistados.
Inicialmente foram distribuídas mais ou menos 130 léguas quadradas (uma légua = 4.443 hectares). A futura cidade de Itaqui foi localizada na SESMARIA doada a Manoel da Roca e Souza nas margens do Rio Uruguai e arroio CAMBAI.
Além de existirem registros em documentos militares do século XVIII que se referiam a esta região a identificava como missões.
Consta a historia oral ter existido na atual Maçambara uma capela jesuíta localizada na antiga estância Santa Maria da Thigana- área atual da Fazenda Três Figueiras. Em 1809 a província foi dividida em quatro municípios sendo Itaqui incorporado ao município de Rio Pardo.
Em 1816- 08 de março a região missioneira ficou constituída por sete freguesias e Itaqui estava incluída em São Francisco de Borja.
No ano de 1819 foi criada em Itaqui a condição de capela.
Em 1837, Itaqui ganha paróquia sob a evocação de São Patrício.
No ano de 1859 Itaqui foi elevada a condição de vila e desenvolvia muito progresso.  Naquele ano foram embarcadas no seu porto cargas de erva mate transportadas por cerca de 4000 carretas. Também foram criados seis distritos- SEDE, SANTO CRISTO, ITU, SÃO FRANCISCO, BOQUEIRÃO E SÃO XAVIER.
Em 1865 Itaqui foi invadida por uma divisão paraguaia a comando do Cel. Estigarribia, que após saquear, rumou para Uruguaiana. Neste mesmo ano em 18 de setembro o Imperador do Brasil Don Pedro II visitou Itaqui vindo de vapor de Uruguaiana com a finalidade de ver os estragos causados pela passagem paraguaia. Como conseqüência desta visita foi determinada a instalação militar em Itaqui de uma base que obrigou a flotilha do Alto Uruguai, organização militar que ficou na cidade por 40 anos.
Em 1913 em fevereiro parte o primeiro trem para São Borja.
No ano de 1914 é instalado na cidade o 15º Regimento de Cavalaria que é transferido no ano seguinte vindo em seu lugar o 16º Grupo de Artilharia a cavalo. O atual 1º Regimento de Cavalaria Mecanizada foi instalado na cidade em 1943 com denominação de 1º Regimento de Cavalaria Independente. A ligação das unidades do Exercito com Maçambara é que anualmente filhos da região prestavam o serviço militar em Itaqui.
Em 1924 estoura no estado a revolução que queria eleições livres e isentas de fraudes- como membros da revolução estavam no estado JUAREZ TAVORA e SIQUEIRA CAMPOS. Em Itaqui foi organizado um corpo provisório nº 36.
Servia em São Borja no 2º RCI o Tem. Aníbal Benévolo que conseguiu sublevar o regimento com Siqueira Campos. Também aderiu a revolução o 1º Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo e outras unidades.
No Itaqui o 1º Grupo de Artilharia a cavalo ficou na legalidade, houve uma ação dos revoltosos contra Itaqui vindo o Tem. Aníbal Benévolo para a atual Maçambara, então denominada localidade de Recreio com 80 homens que foi atacado por Dioclécio Motta na Estância de Dionísio Gavião onde foi travado o combate vindo a falecer Benévolo.
Algum tempo mais tarde os restos do Tem. Benévolo foi transladado para o Rio de Janeiro. Mais tarde o governo colocou em um navio da Costeira o nome de Aníbal Benévolo e o colégio de Maçambara também o mesmo nome.
No ano 1995, com data de 28 de dezembro é criado o Município de Maçambara pela Lei Estadual nº. 10646. Anos de instalação municipal em 1997. A data magna do município é 22 de outubro. A área de 1682,82 km2.

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